É normal chamar de flamenguista, aquele que veste a camisa do flamengo. Chamamos de corintiano aquele que torce e segue o Corinthians. Todo seguidor acaba tendo uma espécie de nome que designa aquele a quem ele segue. Estou dizendo isso para salientar que, se nós somos chamados cristãos, o somos porque seguimos a Cristo. E se seguimos a Cristo é porque o temos como modelo, como referência. Porque Ele é o modelo perfeito de ser humano. Porque ele tem algo a ser imitado.
Porém não podemos buscar imitar apenas parte dele. Temos que imitar o todo. Temos que buscar imitar a Cristo não apenas a vida pública, mas também a vida oculta, ou como prefiro dizer, a vida cotidiana de Jesus. E olha, vou dizer uma coisa que estou aprendendo aqui com esse estudo e que tem me falado muito: A vida cotidiana de Jesus foi muito maior do que a vida pública. Jesus passou muito mais tempo “escondido” na rotina do dia a dia do que sob os olhares das multidões.
Em toda a sua vida, Jesus mostra-se como nosso modelo. Ele é “o homem perfeito “que nos convida a tomar-nos seus discípulos e a segui-lo: por seu rebaixamento, deu-nos um exemplo a imitar; por sua oração, atrai à oração; por sua pobreza chama a aceitar livremente o despojamento e as perseguições. (CIC§520)
Aqueles que desejam seguir Jesus precisam aprender antes de tudo a seguí-lo no que diz respeito a sua vida cotidiana: Trabalho diário, oração diária, obediência a família, descanso, contemplação…
Muita gente ao seguir Jesus, espera que na sua vida aconteçam coisas extraordinárias todos os dias. Mas não é assim. Seguir Jesus é aprender a viver o dia a dia, a rotina, os afazeres, da melhor maneira possível.
Hoje, eu tenho lutado muito com isso. Aqui na missão de São Paulo eu vivo uma rotina que não é das mais extraordinárias. Não bastasse, ainda tenho passado parte dos meus dias editando, olhando vídeos, fazendo um trabalho bem escondido… Hoje em especial essa etapa da vida de Jesus tem me tocado bastante. Mas sem perceber, ainda que com esse trabalho “escondido” aos olhos dos homens (e até dos nossos olhos) estamos construindo um mundo novo. Estamos preparando uma sociedade nova.
Jesus foi grande porque não teve medo de se fazer pequeno. E como é difícil se fazer pequeno. Como é difícil “um no meio da multidão”, sobretudo no tempo em que vivemos onde todo mundo busca seus quinze minutos de fama. Jesus foi “um” no meio da multidão por trinta anos. Mas aqueles que passaram pela sua vida nesse tempo, certamente tiveram experiências belíssimas. Seja um no meio da multidão, sem ser mais um, agindo como os outros. Fazer a diferença no nosso cotidiando. Eis o grande desafio.
Dominus Vobiscum
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